Corpos imunológicos medicam” feridas com substâncias bacterianas
As células imunológicas da pele formam estruturas protetoras para curar feridas e impedir a penetração de bactérias nocivas.

Corpos imunológicos medicam” feridas com substâncias bacterianas
Células imunológicas na pele 'Cauterize' feridas abertas e crie 'band-aids' para evitar a propagação de bactérias nocivas e moléculas estranhas dos locais das lesões, segundo um estudo 1 em ratos.
O estudo mostra que glóbulos brancos conhecidos como neutrófilos, formando anéis pegajosos e ricos em proteínas ao redor das áreas onde a pele foi rompida. Esses anéis prendem os patógenos e garantem que eles não penetrem nos tecidos mais profundos.
Os cientistas sabem há muito tempo que os neutrófilos travam uma guerra química, libertando toxinas para matar microorganismos invasores. Mas o novo trabalho, publicado hoje na Nature, revela “um papel adicional para os neutrófilos que não havíamos reconhecido”, diz Niki Moutsopoulos, imunologista clínico dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) em Bethesda, Maryland, que não esteve envolvido no estudo. Os resultados mostram que os neutrófilos ajudam na cicatrização de feridas – e não são apenas guerreiros imunológicos, acrescenta ela.
O estudo também destaca uma nova estratégia de defesa que utiliza o sistema imunológico para proteger o corpo além de destruir os germes. Para nossa surpresa, "os neutrófilos previnem o conflito antes de entrarem nesta guerra bioquímica. Eles constroem estruturas para separar o eu do não-eu e [manter os patógenos afastados]", diz o co-autor do estudo Andrés Hidalgo, imunologista da Escola de Medicina de Yale em New Haven, Connecticut.
Células imunológicas multitalentos
Os neutrófilos são conhecidos por envenenar micróbios invasores e engolfá-los. Mas essas estratégias causam “danos colaterais” no corpo, matando células saudáveis na área, explica Hidalgo.
Para investigar se os neutrófilos têm outro truque na manga, os pesquisadores examinaram amostras de pele, pulmões e intestinos de camundongos – órgãos que estão em contato com o mundo exterior e são revestidos com camadas protetoras para afastar patógenos e substâncias estranhas. Hidalgo e seus colegas descobriram que uma alta porcentagem de neutrófilos nesses tecidos produz colágeno e outras proteínas que são importantes para a formação do ‘matriz extracelular’ são, uma estrutura que envolve as células e dá estrutura aos tecidos. Em contraste, os neutrófilos no sangue não secretavam colágeno.
-
Vicanolo, T. et al. Natureza https://doi.org/10.1038/s41586-025-08741-5 (2025).